No entanto, da colaboração entre a Microsoft Game Studio, a Turn 10 e da então estreante Playground Games, nascia em 2012 um jogo onde as pistas fechadas com traçados rigorosos e campeonatos lineares davam lugar a eventos individuais onde o jogador entra quando quer, a uma atmosfera mais descontraída, e à liberdade de um mundo aberto... nascia Forza Horizon!
Desde aí, Forza Horizon tem sido um dos títulos mais populares entre os fãs de corridas de automóveis. A lista de carros e os ambientes em mundo aberto cresceram a cada iteração, e os gráficos passaram a ter ainda mais impacto com lançamento de Forza Horizon 3 em 2016, quando o modo de resolução 4K foi adicionado para os proprietários da Xbox One X.
No inicio de outubro chegou Forza Horizon 4, um título que nos permite viajar através da Grã-Bretanha e que tem como principal novidade um sistema de estações do ano dinâmico, que altera por completo a paisagem e a forma de jogar.
Jogabilidade
Depois de uma passagem marcante pelo continente australiano, o Festival Horizon chega agora ao norte das ilhas britânicas, tendo Edimburgo, a capital da Escócia, como cidade de referência. O mapa de Forza Horizon 4 tem praticamente o mesmo tamanho do mapa da Austrália do título anterior, e 450 carros à nossa disposição são significativamente menos em relação ao que encontrámos em Forza Motorsport 7. A seleção de carros do jogo gira muito em torno de marcas europeias, em especial as britânicas, como é o caso da Aston Martin com as edições utilizadas nos filmes de James Bond. De qualquer forma, existem veículos em número suficiente para todos os gostos e situações, até porque acabamos por utilizar sempre os mesmos, e muitos não chegam a sair da garagem.
Como já referimos, uma das principais novidades de Forza Horizon 4 é o sistema de estações do ano. Pela primeira vez na série Forza Horizon, temos de adaptar a nossa forma de jogar às condições impostas pelo clima de cada estação. Nas primeiras horas de jogo, passamos rapidamente pelas 4 estações do ano, testemunhando a alteração dos ambientes e estradas que percorremos. Depois de um ciclo completo, a mudança de estação do ano é definida pela Playground Games, que vai introduzindo no jogo vários eventos diários e sazonais.
Para além do ciclo dia noite, e da mudança de estações, temos ainda um sistema climatérico dinâmico que muda por completo a forma de jogar. No outono, por exemplo, começa a chover de um momento para o outro dificultando a forma como controlamos o carro. As estradas de asfalto ficam molhadas e mais escorregadias, e os atalhos em terra batida que se transformam em autênticas pistas de lama. No Inverno, vemos pela primeira vez a neve cobrir a paisagem e as estradas, o que também obriga a uma certa adaptação às condições impostas. Nas estações mais quentes, o sistema climatérico não nos dificulta tanto a vida, mas nos momentos em que temos o sol de frente, ficamos praticamente sem ver a estrada.
De referir que a forma como controlamos os carros e a reação dos mesmo às diversas condições impostas pelo jogo está cada vez melhor. A série Forza Horizon sempre nos ofereceu um forma de jogar bastante intuitiva, até um pouco arcade, mas sem perder esse espirito, está cada vez mais realista e empolgante. A escolha do carro e das configurações do mesmo são cada vez mais importantes, e com chuva e gelo na estrada esse aspeto foi elevado para um novo nível.
Jogabilidade a solo e online multiplayer é algo que se funde em Forza Horizon 4. Quando entramos no jogo, partilhamos o mapa com até 72 jogadores, embora não sejamos obrigados a "conviver" com eles, até porque passam para "modo fantasma" quando se aproximam de nós. Podemos simplesmente percorrer o nosso caminho sem interferir com ninguém, ou optar por competir em com outros jogadores. Seja como for, nunca somos obrigados a nada, somos nós quem escolhemos a forma como jogamos.
Liberdade de movimentos sempre foi uma das principais virtudes da série Forza Horizon, e nesta nova edição essa liberdade é levada para um novo nível. À exceção de um rio que atravessa o mapa, temos a oportunidade de percorrer todas as áreas do mapa, incluindo um grande lago que gela durante o Inverno. A liberdade estende-se aos eventos que vão surgindo no mapa, uma vez que não existem um alinhamento definido... podemos entrar em qualquer evento quando quisermos, e até definir a classe e tipo de veículos que é utilizada na maior parte deles.Por falar em eventos, são tantos que é difícil descrevê-los a todos. A progressão no jogo depende da notoriedade do nosso personagem que, se me permitem um breve aparte, pode ser personalizado no início e ao longo do jogo com vários itens de cosmética que vamos desbloqueando. Voltando à notoriedade, esta é ganha através de todas as tarefas que executamos no jogo. Existem cinco séries de competições que nos oferecem diferentes experiências: Road Racing, Dirt Racing, Cross Country, Street Scene e Drag Strip. Tal como nos jogos anteriores, no modo a solo os adversários são os Drivatares de outros jogadores. Existe, no entanto, a possibilidade de competir em modo cooperativo com um amigo, ou contra outros jogadores que estejam online e que entrem no mesmo evento.
A juntar à lista temos os sempre espetaculares e, por vezes, pouco lógicos Showcases, onde o desafio passa por vencer um comboio, um hovercraft, motas de motocross, um avião a jato, ou até um D79-TC Pelican, a icónica nave de transporte de tropas vista nos jogos Halo. Outro motivo de interesse são as frenéticas Playground Games Arenas, com os populares jogos de infetados, e inúmeros radares e zona de velocidade, zonas de drift, e os Danger Signs onde temos a oportunidade de realizar saltos, no mínimo, excêntricos.
Como se tudo isto não bastasse, surgem a dada altura três eventos guiados por uma história que nos levam a viver novas experiências. Divididas em dez capítulos cada, estas histórias permitem-nos assumir o papel de um duplo de cinema executando manobras arriscadas, de ser colocados à prova pelo líder de um clube de drift, ou de conduzir os carros mais rápidos do mundo a alta velocidade.
Para finalizar a lista de experiências, temos eventos ao vivo que surgem de tempos a tempos, onde o objetivo é concluir três fases contando com a ajuda de outros jogadores que também se juntaram a essa sessão. Essas fases baseiam-se nos inúmeros manobras que encontramos no jogo, como por exemplo passar nos radares de velocidades, saltar nos Danger Signs, ou passar nas zonas de drift.
Todos os eventos têm níveis de progressão, e por cada patamar alcançado recebemos um prémio. Novos veículos, dinheiro, peças de cosmética, buzinas e as tão adoradas Wheelspins Super Wheelspins, recompensam o nosso esforço em cada experiência.
Gráficos e som
A série Forza sempre nos ofereceu cenários impressionantes e modelo de carros fielmente recriados. Como já referimos, Forza Horizon 4 transporta-nos para o norte da Grã-Bertanha, para uma área perto da capital da Escócia, um mapa que tem um pouco de tudo... zonas de montanha, planícies, lagos e rios, as ruas da cidade de Edimburgo, inúmeros elementos arquitetónicos, e até uma praia com um farol. E se nos jogos anteriores o detalhe gráfico já impressionava, em Horizon 4 o nível da fasquia foi elevado ainda mais pelos efeitos climatéricos fantásticos. Para além das mudanças de estação do ano que dão uma nova cor à paisagem, os efeitos causados pela água e neve, que salpicam o ecrã, estão sublimes. Os reflexos e efeitos de luz estão igualmente deslumbrantes e realistas.
No que aos carros diz respeito, todos os pormenores foram fielmente transportados dos modelos reais para o mundo virtual, tal como a série nos tem habituado. Algo que não mudou muito foi a destruição dos carros... quem gosta de chapa amolgada e chassis empenados, vai ficar desapontado quando embater de frente contra outra viatura a 300 km/h. No entanto, existem muitos mais elementos destrutíveis no cenário, incluindo os muros e árvores mais frágeis, o que torna o corta-mato que a maior parte dos jogadores gosta de fazer muito mais interessante.
O som mantém-se em muito bom nível em Forza Horizon 4. A banda sonora continua a cargo das seis estações de rádio que nos oferecem géneros tão diversos como música eletrónica, Rock, Hip-Hop ou até música clássica, com um seleção de temas que tem o dom de nos descontrair em certos momentos e de disparar a adrenalina noutros. Mesmo em sessões de jogo mais prolongadas, não nos sentimos saturados com o que estamos a ouvir.
Conclusão
Pela quarta edição consecutiva, a Turn 10 e a Playground Games conseguiram provar que a série Forza Horizon tem muito para dar. Uma lista de experiências impressionante, uma seleção de carros com opções para todos os gostos, um mundo belo e diversificado, e uma jogabilidade empolgante impulsionada por um inovador sistema de estações do ano, são argumentos mais do que suficientes para fazer de Forza Horizon 4 o jogo mais atraente e robusto da série, e talvez do género.
Forza Horizon 4 é um título obrigatório para todos os fãs de corridas de automóveis (e não só), e está disponível para Windows 10 e XBox One.