Massimo Senatore ressalva a importância dos construtores de automóveis na construção de uma mobilidade do futuro, através de uma oferta cada vez maior de veículos elétricos, mas sem esquecer que “a mobilidade é global e, infelizmente, ainda não estamos todos na mesma fase do caminho”. Por isso, acredita que é necessário existirem mais incentivos, nomeadamente o alargamento dos mesmos a Clientes particulares e a melhoria de infraestruturas. O Diretor Geral da BMW Portugal salienta ainda a importância da disponibilização da informação, pois acredita que esta se trata “de um elemento fundamental, que de vez em quando falta, para construirmos uma mobilidade mais avançada e tecnologicamente mais sustentável”. O Secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, reforça que o tema relacionado com cidades inteligentes se encontra na ordem do dia das preocupações do Governo e o facto da Secretaria de Estado da Mobilidade estar inserida no Ministério do Ambiente “é mais do que uma questão simbólica”.
“Todas as decisões tomadas no que dizem respeito à mobilidade, têm que ter sempre em mente a sustentabilidade ambiental”, explica. Além disso, afirma que os incentivos são cruciais para alcançar a neutralidade carbónica em 2050, o que considera “ser uma maratona”, mas que, ainda assim, “Portugal tem de acelerar o processo”. Eduardo Pinheiro concorda com a BMW Portugal, afirmando que é “evidente que tem de ser feito um trabalho em conjunto, tanto do lado dos construtores automóveis, como através dos constantes incentivos do Governo”. Por outro lado, salienta a importância da questão do desenvolvimento das infraestruturas, tema no qual Portugal tem sido um país pioneiro, afirmando que “neste momento, a prioridade é garantir a equidade do território”, criando postos em locais/cidades onde a iniciativa privada não é suficiente para satisfazer as necessidades dos consumidores.
Já José Ribau Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, reforça o exemplo de Aveiro como uma cidade cada vez mais inteligente, aliada a uma tecnologia de vanguarda. Segundo Ribau Esteves, a questão da entrega da gestão do primeiro ferryboat elétrico do país “foi um passo muito importante e positivo para as comunidades intermunicipais, sendo um dos passos de descentralização, dos últimos anos, com um maior sucesso”. O Presidente acredita que o conceito de mobilidade, aliado ao de energia, é crucial para melhorar as performances ambientais nas cidades, de forma a torná-las mais sustentáveis. Por isso, a cidade de Aveiro tem como objetivo garantir que, em 2 anos, todos os moliceiros tenham um motor elétrico, abolindo os motores de combustão. Salienta ainda que o Projeto Aveiro Tech City, tem como principal foco a envolvência das pessoas, nomeadamente das crianças e jovens, para que possa ser “cultivado o gosto e a aptidão para questões ambientais”.
José Ribau Esteves afirma que a mobilidade está intrinsecamente ligada às pessoas, tendo “um efeito de mobilização e comunicação na população muito forte”. Do lado da Critical TechWorks, João Peixoto, em concordância com José Ribau Esteves, reforça que a centralidade do negócio são as pessoas, nomeadamente, as necessidades das mesmas. Além disso, acredita que a indústria automóvel está, neste momento, a atravessar um período de transformação e, até mesmo, de revolução, realçando que “os automóveis que estão a ser lançados já estão bastante conectados, mas em comparação com os telemóveis, a indústria ainda tem um longo caminho a percorrer, em termos de conectividade”.
Nesta segunda edição do ciclo de Talks promovido pela BMW Portugal, BMW eFuture, a entidade organizadora prevê que no final de 2025 terá vendido cerca de dois milhões de veículos totalmente elétricos. Além disso, reforçou a chegada do novo serviço BMW e-Drive Zones, em julho de 2021, a Portugal, contribuindo assim para a construção de cidades cada vez mais ecológicas.